Centralização da produção: consumidor sente melhoria da qualidade e supermercadistas veem lucros aumentarem com o processo

Controle, economia e alta qualidade são alguns dos benefícios alcançados com a implementação de uma central

Há tempos os supermercados são um local onde o consumidor encontra quase tudo. Assim, esses estabelecimentos agregam açougue, lanchonete, loja de presentes, restaurante e principalmente padarias e confeitarias. Além disso, é  cada vez mais comum que os supermercados criem e ofereçam produtos de marcas próprias.

Falando dessa forma, quem é leigo ou iniciante no segmento pode pensar que os supermercados são cada vez mais lucrativos. No entanto, as margens desse setor são enxutas e se o supermercadista não adotar uma gestão estratégica a lucratividade será baixa ou inexistente. É preciso, ainda, garantir qualidade para o cliente e ter um controle administrativo eficaz. Afinal, com um amplo mix de produtos, lojas cada vez maiores e numerosas a gestão torna-se mais complexa.

Ao se deparar com todos esses desafios, as redes de supermercados estão optando por centralizar a produção para otimizar custos, aprimorar a qualidade dos produtos, ter maior controle administrativo, dentre outras melhorias geradas com um processo centralizado.   

Menos custos, mais lucro e qualidade 

Segundo Sílvia Lage, especialista em logística inbound da Invista Foods, a centralização consiste em concentrar, em um único local, o armazenamento e produção de uma empresa mesmo que ela tenha dezenas de unidades. Da central, os itens são distribuídos para todas as lojas da empresa.   

Na prática, fica mais fácil administrar as filiais do supermercado em todos os aspectos. Sílvia explica que a Invista Foods já implantou centrais de produção em redes que tinham lojas espalhadas em um raio de até 100 quilômetros. “Imagine organizar a logística de distribuição para todas as unidades, cuidar da manutenção de equipamentos, realizar a gestão do quadro de funcionários e fornecedores em filiais tão distantes geograficamente?”, disse a especialista.   

De acordo com ela, o primeiro passo para centralizar a produção é escolher onde será instalada. A localização precisa ser privilegiada, com fácil acesso a rodovias e, preferencialmente, próxima a  centros de armazenamento.

Em seguida, é preciso definir as linhas de produtos que serão preparados na central, ou seja, os SKUs, bem como os equipamentos necessários. Essas definições têm uma grande influência sobre o arranjo físico, projeto arquitetônico e layout. Outras etapas importantes são a definição de processos, treinamento de pessoal e estudo da substituição de produtos com pouca margem por itens com lucratividade mais significativa.

A engenheira de alimentos Marilda Fajardo, que também atua na implantação de centrais de produção pela Invista Foods, conta que o processo possibilita otimizar o tempo com aumentar a qualidade e gerar redução de custos.

Centralização na prática: supermercadistas relatam como resultados alcançados com o novo processo

No Superluna, supermercado de Ibirité com 13 lojas, os resultados da centralização já estão sendo vistos. Com a criação da central, o pão de batata da rede que antes era produzido em outro local e apenas assado na loja, passou a ser desenvolvido na central do Superluna por um terço do valor. Além do aumento dos lucros, houve uma melhora significativa na qualidade do produto, gerando a valorização da marca e o aumento das vendas.

O superintendente de operações do Superluna, Bruno Silva, surpreendeu-se com esse e outros resultados. “Após a centralização os resultados logo apareceram. As vendas dos produtos próprios aumentaram consideravelmente, reduzimos o custo da mercadoria vendida (CMV), temos maior controle gerencial da produção e constatamos um aumento de produtividade por produtivo”, contou.

Além disso, os consumidores recebem produtos padronizados, uma vez que a produção é realizada na central sem variação de mão de obra, equipamentos e processos. Isso gera uma melhor reputação para a marca do supermercado.  

Com a centralização da produção a empresa também garante economia na escala. Ao abrir duas novas filiais, o supermercado não precisou investir em novos equipamentos e funcionários. “Já projetamos o crescimento do Superluna no início do processo. Assim, o investimento para abrir filiais foi menor. Se não existisse a central, teria sido necessário equipar os dois supermercados novos com todas as máquinas de uma padaria. Ainda seria necessário contratar mais funcionários para trabalhar na produção dessas unidades”, explica. 

Ricardo Cioffi, do Supermercados Alvorada, está terminando o processo de centralização da produção. Ele procurava por padronização dos produtos, redução de custos e melhor gestão da mão de obra quando optou por centralizar a produção das 13 lojas da rede supermercadista. Ricardo ainda relata que até as medidas de uma padaria para outra eram diferentes. A profissionalização do negócio dará um salto com o processo, segundo ele que já sente o gostinho da mudança. “O ganho na qualidade dos itens de fabricação própria da padaria é notável”, afirmou.

As profissionais da Invista Foods afirmam que a centralização aproxima os supermercadistas e panificadores de objetivos que parecem inalcançáveis. “Otimizar custos enquanto aumenta-se a qualidade e os lucros parece soar como uma meta audaciosa, mas com esse processo é totalmente possível”, explicou Sílvia Lage.

A centralização da produção não é necessariamente uma novidade. Mas, com a ampliação do mix de produtos em supermercados, principalmente com itens de panificação, é uma alternativa para maximizar os resultados. Assim, criar uma central será opção cada vez mais recorrente para aqueles que têm como objetivo otimizar o que é mais importante para o consumidor e o empresário: qualidade e custos.

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